Paraguaçu é uma cidade tranquila, com um trânsito calmo, não é mesmo? Só que não. O município registra a cada fim de semana de 2 a 3 acidentes, a maioria envolvendo embriaguez ao volante. Só neste ano, já foram pelo menos três casos fatais, além de casos com sequelas graves.

A constatação é do Delegado da Polícia Civil, João Fernando Pauka Rodrigues. “Todo plantão ocorrem acidentes com vítimas aos finais de semana em Paraguaçu”, afirma.  Segundo ele, o álcool continua sendo o maior vilão do trânsito. Em Paraguaçu não é diferente “As pessoas pensam que tudo é pertinho e que não vai acontecer nada nesse trajeto”, ressalta.

Paraguaçu, conforme o delegado, tem um trânsito até mesmo mais conturbado que a cidade vizinha Assis que, recentemente, registrou um grave acidente que culminou na morte da psicóloga Maria Flávia Camoleze, de 26 anos. O caso levou à prisão o dentista Murilo Almeida Machado, de 24 anos, graças a um recurso que se tornou aliado nas investigações: o videomonitoramento. Foram as gravações feitas por câmeras de segurança que possibilitaram à polícia concluir que o autor participava de um racha no momento do acidente.

O delegado defende o videomonitoramento em Paraguaçu e já tem auxiliado a administração municipal nos planos de aprimoramento do sistema com o reposicionamento das câmeras e também com uma futura ampliação. “Vai ajudar nos trabalhos da Polícia Militar, da Guarda, da Polícia Civil e criar um contraestímulo para as pessoas na prática de crimes de trânsito e de outros crimes também”, observou.

No enfrentamento à violência no trânsito, a campanha Maio Amarelo, na opinião do delegado, tem sido importante nos aspectos de conscientização e prevenção. Ele considera a educação precoce junto às crianças também um caminho essencial para estimular uma cultura de boas condutas no trânsito. Paralelo a isso, ele assegura que mecanismos eficientes de fiscalização e punição, tanto pecuniária quanto criminal, são fundamentais para melhorar a responsabilização no trânsito.

Nesse sentido, o delegado João Fernando faz um alerta às vítimas de trânsito. “O autor só responderá pelo crime se a vítima representar contra ele e muitos desistem. Essa ausência de representação das vítimas contra os infratores pode gerar uma sensação de impunidade, o que leva ao aumento das ocorrências”, destacou.