Paraguaçu Paulista foi acometida recentemente por um surto de varicela, doença conhecida popularmente como Catapora, que atingiu crianças em algumas instituições escolares, além de alguns casos isolados que foram atendidos em Unidades de Saúde e causaram a preocupação de muitos pais. De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Paraguaçu Paulista, enfermeira Cátia Leite Lourencetti, o fato de crianças terem contraído a doença em instituições escolares é comum devido ao número elevado de concentração de crianças e também por ser uma doença prevalente em idade pré-escolar. Segundo Cátia, é importante lembrar que a catapora é uma doença da infância, típica em final de inverno e início da primavera e a transmissão se dá por contato direto com o indivíduo infectado, por secreções respiratórias (disseminação aérea de partículas virais/aerossóis). Além disso, utensílios como copo, prato e talher, e roupas pessoais ou de cama podem conter partículas dos vírus. Ela ressalta que os sintomas são bem claros e evidentes. “Na maioria das vezes surge primeiramente a febre e algumas horas após surgem pequeninas vesículas, que são bolhas de água que se espalham rapidamente, tendo também o prurido (ou coceira) e essas bolhinhas de água em alguns dias já se transformam em crostas”, explicou a enfermeira. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica explicou ainda que há algumas situações em que ocorrem amigdalites. Segundo ela, em crianças a doença é geralmente benigna e autolimitada, já em adolescentes e adultos a doença é mais exuberante. “Mulheres que estão gestando devem se afastar de crianças que estão com catapora, justamente para não haver transmissão da doença via transplacentária. Se estas trabalham em instituições onde existem casos recentes da doença, devem se afastar até que não surja mais casos novos no local, daí então poderá retornar ao trabalho, portanto gestantes devem evitar aproximação com pessoas infectadas”, orientou. Segundo Cátia, os pais devem procurar atendimento médico no início dos sinais e sintomas, a fim de que sejam orientados sobre como proceder quanto ao uso de medicações entre outras observações. “O responsável pela criança que está com catapora deve tratá-lo com toda higiene, principalmente das mãos e unhas, que devem ser aparadas, manter repouso, ingerir líquido, afastar do convívio dos escolares e comunidade para evitar disseminação da doença, também evitar que a criança coce as feridas, além de banhar-se com produtos receitados por médicos para limpeza e cicatrização”, orientou. A Vigilância Epidemiológica adota medidas de vacinação e orientações já no primeiro surto em escolas, assim como esclarece a comunidade sobre os cuidados com a criança e familiares. Um desses cuidados está relacionado a alimentação da criança. “A alimentação deve ser branda em óleos, temperos, sal e temperatura, uma vez que podem ocorrer feridinhas dentro da cavidade oral e dificultar a alimentação dos pequeninos”, ressaltou. “Lembramos que assim que as lesões cicatrizarem a criança volta a se alimentar normalmente e consequentemente irá repondo a perda do apetite, que teve em dias da doença”, destacou Cátia. Atualmente a vacina de varicela (catapora) está inclusa no calendário vacinal das crianças com idade de 15 meses, e fora dessa idade, somente são vacinadas contra varicela crianças que nunca desenvolveram a doença e estejam dentro de uma Unidade Escolar (Creche) com surto. Outra forma de receber a vacina é através de solicitação médica para o CRIE (Centro de Referência de Imunobiológico Especial) em casos em que a criança tenha alguma doença de imunossupressão, doadores de órgãos sólidos e medula óssea, transplantados e trissomias (down).
Paraguaçu Paulista