Prof. Maurício Dorta de Souza Diretor do Departamento Municipal de Educação O trabalho da rede de ensino exige uma rotina administrativa bem delineada. No reinício das aulas, após o recesso de julho, há todo um replanejamento visando adequar situações, sanar problemas, propor projetos para o bom andamento das atividades escolares de cada uma das unidades de ensino do município. Quando começamos a entrar no ritmo de trabalho após o recesso de julho, veio a recomendação da Secretaria de Estado de Saúde respaldada pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde, no sentido de se evitar todo tipo de aglomeração, em especial dos escolares, visando dificultar o contágio pelo vírus da gripe A (H1N1) que vem afligindo as populações de vários países do mundo, incluindo o nosso. Num primeiro instante, a reação foi de não acatar a sugestão de suspensão das atividades escolares visto a quebra de todos os preparativos do segundo semestre, tais como, revisão geral dos conteúdos, simulação de avaliações externas, reorganização de turmas de reforço escolar, desenvolvimento de temas transversais, palestras e cursos para professores, enfim o refazer pedagógico de um semestre letivo. Mas, leituras nos mostram que observações e avaliações dos especialistas sobre o vírus H1N1 evidenciam que a gripe A atinge mais o grupo de menores de 15 anos, que somado a proximidade das crianças num ambiente escolar – imaginemos uma escola infantil envolvendo crianças de 0 a 5 anos e qual seria a velocidade de contágio pelo vírus da gripe, caso houvesse alguém infectado? - provavelmente teríamos uma situação preocupante de saúde pública. Evidentemente que a suspensão das atividades escolares tem o papel de evitar parcialmente a propagação do vírus H1N1, mas se conseguirmos cercar a sua disseminação pelo menos no período mais propício para o desenvolvimento de gripes – período de nosso inverno – estaremos protegendo a saúde de muitas pessoas, dentre elas, crianças e grávidas. Dessa forma uma postergação no calendário escolar certamente traz prejuízos para a aprendizagem dos alunos, mas que são passageiros e recuperáveis no decorrer do segundo semestre letivo, enquanto a disseminação do vírus da gripe A pode trazer danos irreparáveis para muita gente. Então, embora difícil, a decisão conjunta dos Departamentos de Educação e Saúde com o aval do Sr. Prefeito Municipal, foi pela suspensão das atividades escolares por não existirem, principalmente e felizmente, casos confirmados da referida gripe na cidade. Afinal, de que valem os estudos e as pesquisas científicas se não soubermos usá-los em momentos especiais como este de proteção da vida?
Paraguaçu Paulista