Iniciados testes com vacina e autoridades alertam que cuidado da população ainda é o mais eficaz no combate ao aedes

---

Dos 14 centros de pesquisas credenciados pelo Instituto Butantan em todas as regiões do país, oito já iniciaram a terceira e última fase dos testes em humanos da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo próprio Butantan em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Após os testes, os resultados serão enviados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação definitiva. O Instituto Butantan já iniciou os testes em Manaus (AM), Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO), na região Norte; no Estado de São Paulo (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo); na região Nordeste (Universidade Federal do Ceará), na região Sul (PUC-RS, em Porto Alegre) e na região centro-oeste, em Campo Grande (MS). Nessa fase dos testes em humanos, a vacina será aplicada em 17 mil voluntários em 13 cidades, nas cinco regiões do país. Os participantes são pessoas saudáveis, que já tiveram ou não a dengue em algum momento e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Eles serão acompanhados por uma equipe médica pelo período de cinco anos. Os resultados serão encaminhados à Anvisa para a aprovação final da vacina e posterior produção em massa pelo Instituto Butantan, quando estará pronta para ser utilizada nas campanhas de imunização realizadas pela rede pública de saúde. Nas etapas anteriores dos testes, a vacina foi testada em 900 pessoas, sendo 600 na primeira fase nos Estados Unidos e 300 na segunda etapa, em São Paulo, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP por meio do Hospital das Clínicas e do Instituto da Criança, com o Instituto Adolfo Lutz. As autoridades de saúde são unânimes em afirmar, até mesmo por conta do vetor da dengue não ser transmissor apenas dessa doença, mas também da Febre Chikungunya e do Zika Virus, que o cuidado da população com a limpeza dos imóveis e a eliminação dos potenciais focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti, ainda é a maneira mais eficaz do combate e proteção da saúde das pessoas.