Silvana Paiva – Assessoria de Comunicação da Prefeitura Muni
01/07/2020 – 20h30
A história do seu João e da dona Maria, cujos desfechos trouxerem o mesmo sofrimento para as famílias: a perda de um ente querido, seja por Covid-19 ou não.
Estamos frente a uma pandemia que tem nos feito conviver com protocolos sanitários que, às vezes, vão além do nosso entendimento. Na maioria das vezes, deparamo-nos com o sentimento de impotência, de que nada podemos fazer. Por isso, hoje temos para contar para vocês duas histórias: a de um homem que morreu com suspeita de Covid-19 e foi sepultado sem poder se despedir da família, mas que depois o exame deu negativo para a doença; e de uma mulher que lutou contra o coronavírus, venceu, ficou curada, mesmo assim faleceu e que, pelo protocolo do Ministério da Saúde, foi registrada como o segundo óbito por Covid-19 de Paraguaçu Paulista. Vamos lá!
Seu João (nome fictício) adoeceu em sua casa que fica no sitio que faz divisa entre Paraguaçu Paulista e outro município, no dia 22 de junho. Foi hospitalizado nesta outra cidade, que ficava mais perto de sua casa. Lá faleceu, sob a suspeita de ter contraído o novo coronavírus. Foi sepultado sem que a família pudesse se despedir dele, sem ser velado, caixão lacrado. Um sofrimento de rasgar a alma dos seus entes queridos. O resultado do exame do Instituo Adolfo Lutz divulgado neste dia 30 de junho e que é o único aceito como oficial, deu negativo para Covid-19. Seu João poderia ter ser sido velado, sua família poderia ter se despedido dele, chorado sua partida.
Já a dona Maria (nome fictício) foi internada na UTI da Santa de Paraguaçu Paulista no dia 11 de junho com Covid-19 confirmada. Uma guerreira de 87 anos. Saiu da UTI dia 24 de junho, curada do coronavírus de acordo com a avaliação médica, e foi para o quarto clínico da Santa Casa, fora do isolamento social, para se restabelecer e poder voltar para casa. Ela tinha outra comorbidade, um problema cardíaco, mas ela se recuperava bem. No dia 27, à tarde, ela teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu na Santa Casa. A alta hospitalar estava programada para a manhã do dia 28. Mesmo ela estando curada da Covid-19, o protocolo do Ministério da Saúde classifica a doença como causadora do óbito. Por isso ela consta como o segundo óbito por Covid-19 de Paraguaçu Paulista.
Como a dona Maria estava fora do isolamento da Covid-19 já havia quatro dias e sendo considerada curada da doença, o velório e o sepultamento seguiram os protocolos de segurança estabelecidos pela Vigilância Sanitária. A família pôde velá-la e despedir-se dela. Isso não quer dizer que o sofrimento dos seus entes queridos tenha sido menor. Não, não foi. Foi de rasgar a alma também.
Por questões éticas e em respeito aos pacientes de coronavírus e seus familiares, o Comitê de Gerenciamento de Crise para o Enfrentamento da Covid-19 não divulga os nomes dos envolvidos. Mesmo assim, ocorre de algumas pessoas conseguirem descobrir quem são e, por meio das redes sociais, esses pacientes são expostos, tratados com desrespeito e falta de empatia. No entanto, o Comitê de Gerenciamento de Crise para o Enfrentamento da Covid-19 sempre preservará o direito à privacidade dessas pessoas.
Pois bem, voltando lá àquele sentimento de impotência que às vezes nos assombra, existem algumas coisas que podemos fazer: mantermos o isolamento social, usarmos máscara quando sairmos de casa, mantermos o distanciamento entre as pessoas quando em público e, muito importante, sermos solidários com aqueles que adoeceram ou que perderam algum familiar para a Covid-19. Estamos todos juntos nessa caminhada e seguimos com fé em Deus que nos ampara e com esperança nos homens de boa vontade.
Foto Ilustrativa
Paraguaçu Paulista