Há 25 anos na ferrovia, Antônio Tavares Passos, 64 anos, se orgulha de preservar até hoje a mesma emoção de quando iniciou a trajetória como maquinista. Para ele, o dia do Ferroviário, comemorado hoje, 30 de abril, traz de volta o saudosismo dos tempos em que a ferrovia despertava a emoção nas pessoas. “O bom era o romantismo que envolvia as viagens de trens”, destaca.
O maquinista, que é de Assis e que há 3 anos está no comando da Maria Fumaça em Paraguaçu, recorda quando iniciou no mundo dos trilhos em meados de 1978 pela Ferrovia Paulista S.A (Fepasa). “O pai de um amigo trabalhava na ferrovia em São Paulo e nos convidou para passear e conhecer seu trabalho. Chegando lá, ele falou que tinha uma vaga e não pensei duas vezes”, conta Passos que começou na função de agente de segurança da ferrovia até se tornar, 2 anos depois, ajudante de maquinista.
Foi conhecendo a rotina do maquinista que o sonho despertou. “Era uma sensação gostosa conduzir o trem. Isso me gerou gosto profundo pela ferrovia”, conta.
Após 8 anos, Antônio realizou a primeira viagem como maquinista. “Sai com uma locomotiva com 27 carros lotados de passageiros e aquilo foi muito emocionante”, lembra. “A pessoa podia passear dentro do trem, se socializar, fazer amizades. As pessoas podiam se divertir e, por isso, escolhiam a viagem de trem que durava mais de 11 horas ao invés de ir de ônibus que levava metade do tempo”, compara.
O maquinista agora aguarda a retomada dos passeios de Paraguaçu até Sapezal a frente da locomotiva Maria Fumaça. “É um prazer ainda poder conduzir nessa idade um trem que carrega tanta história. Não vejo a hora de poder voltar tudo ao normal”, diz Antônio que já tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
“O trem é história e eu nunca trabalhei na ferrovia por obrigação. Sempre foi por amor e sempre sinto a mesma emoção”, definiu.
Paraguaçu Paulista