Em 2014, a técnica de enfermagem Vera Lúcia da Silva Machado, 55 anos, descobriu um nódulo na mama. Ela, que trabalha na Unidade da Mulher há 6 anos, percebeu um carocinho durante um autoexame. "Vi que estava estranho, passei pelo médico e ele me encaminhou para a ultrassonografia. Veio então o diagnóstico: era câncer”.
A biopsia apontou um tumor bem agressivo. “Nisso começou minha luta. Foram de cara oito sessões de quimioterapia, o que provocou a perda do cabelo. Eu quase morri, só não morri porque fiz o exame preventivo e porque Deus realmente decidiu que eu estivesse aqui hoje podendo contar minha história e dizer para as mulheres que é muito importante se cuidar”, afirma.
Dois anos antes de descobrir o câncer, Vera recorda que foi orientada por um médico, em uma campanha do Outubro Rosa, para fazer o exame todos os anos. “Eu recebi a orientação, mas só fui repetir o exame dois anos depois”, conta.
A descoberta tardia do tumor levou Vera a ser submetida à mastectomia, que consiste na retirada cirúrgica de toda a mama, e também na perda de cerca de 50% do movimento do braço. “Sempre fui saudável e não sentia dor alguma mesmo com o nódulo. Por isso é importante acompanhar constantemente e a mulher precisa estar atenta e se prevenir. Se chegar a tempo, é possível evitar a cirurgia e se curar sim. Não tem porque desesperar”, aconselha.
Foram 3 anos de luta diária, entre idas e vindas e até longas estadias no hospital do câncer. Atualmente, Vera ainda faz uso da quimioterapia oral. O tratamento vai até 2024 quando, finalmente, será considerada curada.
Vera ressalta que a jornada contra o câncer de mama lhe trouxe uma nova perspectiva de vida, principalmente, sobre a questão da autoestima. “Eu não tenho a mama e não quero pôr. Meu cabelo está ralo. Mas eu estou bem assim. Eu poderia ter morrido e estar aqui hoje e bem acabou que colocando tudo isso como supérfluo perto da grandiosidade da vida. Foi uma redescoberta comigo mesma, de mais liberdade”, afirma a técnica de enfermagem que finaliza com uma mensagem sobre a importância do acompanhamento periódico. “O certo é fazer o exame preventivo todo ano. A gente vai cuidando de tudo, esquece de cuidar da gente. O erro está ai. Cuide de você”.
Paraguaçu Paulista