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Após participação em oficina regional, equipe de saúde de Paraguaçu Paulista compartilha conhecimentos com médicos e enfermeiros, fortalecendo a rede de apoio a autistas e suas famílias
Em um movimento estratégico para aprimorar o cuidado de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Prefeitura Municipal de Paraguaçu Paulista realizou hoje, doze de junho, um matriciamento crucial. O encontro, que envolveu a colaboração entre diferentes equipes de saúde, teve como tema central o "Protocolo padrão ouro SUS: Rastreio de TEA e funcionamento da clínica TEA no Município."
Este matriciamento é resultado direto da participação da equipe de saúde de Paraguaçu Paulista na primeira Oficina "Organização da Rede Municipal de Cuidado dos Autistas e suas Famílias", realizada ontem, 11 de junho, na UNESP, em Assis. Na ocasião, a Diretora de Atenção Básica e Especializada, Deise Pereira Ramalho, a Coordenadora do CAPS, Talita Tomazinho, e a Fonoaudióloga e Coordenadora do TEA de Paraguaçu Paulista, Priscila Reis, estiveram presentes. Elas aproveitaram o matriciamento de hoje para compartilhar com médicos e enfermeiros do município os temas mais importantes levantados no evento regional.

Um dado de destaque é que, entre os 42 municípios que compõem o Diretório Regional de Saúde (DRS) de Marília, apenas Paraguaçu Paulista e Santa Cruz já possuem clínicas especializadas para o cuidado de pessoas com TEA em pleno funcionamento. Enquanto outras cidades estão no processo de organização, Paraguaçu Paulista se posiciona como um dos pioneiros e um exemplo para a região nesse tipo de atendimento especializado.
Durante o matriciamento, diversas informações relevantes foram transmitidas aos profissionais de saúde. Priscila Reis enfatizou a importância da saúde mental das mães de autistas, que têm cinco vezes mais chances de desenvolver sofrimento mental do que outras mães, ressaltando a necessidade de apoio a essas mulheres.

Outro ponto crucial destacado por Priscila foi a urgência da detecção precoce dos sinais de autismo para maior eficiência no tratamento. Frequentemente, o diagnóstico só ocorre quando a criança já apresenta dificuldades na fala. A proposta é capacitar profissionais de escolas e unidades de saúde para que possam perceber esses sinais muito antes. Ela também alertou que, devido à maior habilidade natural na comunicação das meninas, outros sinais de autismo podem passar despercebidos, resultando em uma grande subnotificação de meninas autistas. É fundamental, portanto, estar atento a sinais que vão além da comunicação verbal.
A intersetorialidade também foi abordada como um fator chave. Priscila Reis ressaltou a importância de envolver as escolas e, nas unidades de saúde, os agentes comunitários, enfermeiros e médicos da família para uma detecção precoce mais eficiente e integrada. Os participantes do matriciamento puderam tirar dúvidas e entender melhor o fluxo de atendimento. Caso percebam algum sinal de TEA, os profissionais deverão encaminhar o paciente para o CAPS, que verificará se o caso se encaixa na Clínica TEA ou se o tratamento adequado é no próprio CAPS.
Por fim, Priscila Reis levantou uma questão importante sobre a inserção de autistas adultos no mercado de trabalho e a necessidade de capacitar empregadores. Ela citou o exemplo de um jovem autista de Paraguaçu Paulista que, no primeiro dia de trabalho, recebeu a instrução de "ficar em um determinado lugar" e entendeu de forma literal, não se movendo dali. Isso demonstra a importância de os empregadores aprenderem a se comunicar de maneira diferente com autistas. Eles são capazes de exercer bem diversas funções, mas a comunicação adaptada em todos os setores é essencial para sua plena inclusão.
Matheus Machado - Secretaria de Saúde
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