Ramon Franco O deputado federal e líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, declarou em visita à Marília que o governador de São Paulo, José Serra, possui uma posição mais confortável, na comparação com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para se lançar como candidato a presidente pela legenda na disputa eleitoral de 2010. O parlamentar justificou seu comentário com base nas últimas pesquisas de intenção de voto para a eleição de 2010. Em diversas projeções, Serra aparece em primeiro lugar. “As pesquisas dão uma posição confortável ao governador Serra, ele poderá vir a ser o candidato a presidente da República do PSDB, mas ainda é cedo para esta definição”. Ao lado do presidente estadual do PSDB (e também deputado federal) Mendes Thame, Aníbal participou do encontro político que congregou lideranças de vários partidos e de diversas cidades da região. Entre os prefeitos presentes estavam de Ocauçu, Dorival Marzola, Vera Cruz, Renata Devito, e o de Paraguaçu Paulista, Carlos Arruda Garms. Lideranças de Marília também compareceram, como o vereador Wilson Damasceno. “Tanto Aécio Neves, quanto José Serra são governadores de importantes Estados. Aliás, dois dos principais Estados do Brasil: Minas Gerais e São Paulo. Então, seria um contra-senso definir neste momento o nome do candidato a presidente pelo PSDB. Os dois governadores são realizadores, estão trabalhando intensamente e entendemos que a melhor data para esta definição será entre março e abril”, ponderou o deputado federal. Senado? Tanto Aníbal, quanto Mendes Thame estão entre os caciques do PSDB que pleiteiam a candidatura para o Senado. Entretanto, ontem ambos evitaram comentar este assunto. O partido dispõe de duas vagas, porém uma será cedida ao ex-governador de São Paulo e cacique do PMDB, Orestes Quércia. Quércia viria para o encontro em Marília, mas desistiu para se dedicar à eleição do diretório estadual do seu partido. A única disputa ao Senado comentada foi a do Estado de Minas Gerais. Indagado se um eventual atraso na definição da candidatura tucana à presidência da República não naufragaria uma possível tentativa de Aécio Neves na busca por uma vaga de senador por Minas, Aníbal afastou esta perspectiva. “De modo algum, pois Minas Gerais tem ciência da competência de Aécio Neves. Aliás, o governador mineiro tem amplas chances de eleger o seu sucessor”, observou o deputado fazendo menção ao empenho de Aécio pelo nome de Antônio Augusto Anastasia. São Paulo Quanto ao governo paulista quem opinou melhor foi Mendes Thame. Ele observou que como o governador Serra está entre os nomes cotados para a disputa presidencial, seria um desrespeito ao governador de Minas Gerais se o diretório estadual paulista definisse a candidatura ao palácio dos Bandeirantes antes da definição da candidatura presidencial. “Não se pode falar em outros nomes para a disputa do governo paulista tendo um governador com direito em disputar a reeleição. O Serra tem direito de disputar à reeleição, entretanto ele está sendo cotado para concorrer a presidente. Precisamos aguardar a definição da candidatura presidencial, saber quem de fato disputará pelo PSDB, e depois definiremos a candidatura ao governo de São Paulo. Se definirmos neste momento um candidato a governador que não seja o próprio Serra, estaríamos dando um tapa na cara do Aécio”. Os líderes do partido confirmaram que numa eventual candidatura de Serra a presidente, os dois principais nomes para o governo paulista são o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-ministro da Justiça Aloysio Nunes Ferreira. Alckmin e Aloysio são secretários do governo Serra. Na semana passada Aloysio, secretário da Casa Civil visitou a região e declarou que é prematuro falar sobre 2010. Alckmin, que é secretário estadual de Desenvolvimento, reforçou em Brasília o posicionamento de cautela do ninho tucano: “só temos eleições em ano par, e hoje ainda estamos em 2009”. PMDB Quércia não vem e recebe críticas O ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, não compareceu ao encontro realizado em Marília. O deputado federal Edson Aparecido, do PSDB, justificou a ausência. Segundo ele, Quércia estaria concentrando forças para a eleição do diretório estadual do PMDB. Em Marília o ex-vereador Hely Bíscaro, criticou Quércia e declarou estar confiante na vitória do ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi. “O PMDB necessita urgentemente de uma oxigenação no Estado e tem que encerrar o ciclo de cabresto que foi implantado pelo ‘quercismo’ há pelo menos três décadas. Quércia teve o momento dele, que já passou. Ele mantém o partido como se fosse dele. Inclusive o PSDB só existe por conta deste comportamento do Quércia. Na época, lideranças, como Franco Montoro e Mário Covas, não se conformaram com a ditadura de Quércia e optaram pela fundação de um novo partido”, disse Bíscaro. Ele lembrou que o PMDB paulista já chegou a eleger 25 deputados, hoje se contenta com as minguadas presenças de quatro ou cinco deputados. Em nota oficial, o ex-governador Orestes Quércia afirmou que o PMDB de São Paulo está unido e “devemos nos manter assim”. Atual presidente estadual do partido, o ex-governador que há anos tenta ser reconduzido a algum cargo público, lembrou que a legenda tem como principal bandeira o desenvolvimento e o progresso do Brasil.